A Comissão de Agropecuária e Políticas Rurais (CAPR) da Assembleia Legislativa de Rondônia vem debatendo nos últimos dias a moratória da soja e seus possíveis impactos no estado.
Em uma reunião realizada no último dia 25 de junho, deputados se reuniram com representantes da Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja) para discutir medidas para barrar a imposição da medida pelas empresas compradoras de grão no estado, as chamadas tradings multinacionais.
Marcelo Lucas, diretor administrativo da Aprosoja, ressaltou a importância do diálogo entre os diferentes setores envolvidos na questão. “Não queremos sobrepor e nem ficar na ilegalidade, mas queremos que as tradings nos ouçam e obedeçam à legislação ambiental, que já é tão rígida e que nos penaliza. Queremos ser respeitados, estamos aqui produzindo dentro da lei.”
A ALE-RO está tomando medidas para tentar barrar a moratória da soja, um projeto de lei coletivo já está protocolado na casa, buscando impedir que as tradings restrinjam a comercialização da soja produzida no estado.
AFINAL, O QUE É?
A chamada moratória da soja é uma iniciativa que busca eliminar o desmatamento da cadeia produtiva da soja na região da Amazônia.
COMO FUNCIONA
Segundo as informações da Agência Câmara de Notícias o princípio da moratória, tem por finalidade a não comercialização de milho ou soja de propriedades dentro do bioma amazônico após julho de 2008, “ignorando mesmo aquelas áreas onde a abertura de áreas foi legalizada pelo Código Florestal”, explica a deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT)
Para garantir os termos, um sistema de checagem via satélite monitora o corte da mata, o produtor que desmata é identificado e vai para uma lista negra. “E as trades não podem mais comprar a produção daquela propriedade”, explica.
AUMENTO DA DESIGUALDADE
Segundo, Coronel Fernanda a moratória da soja busca proteger a floresta, mas acaba estagnando o desenvolvimento dos municípios.
“Ela cria uma divisão no campo econômico. Isso não só aumenta a desigualdade social e regional, mas também ameaça o direito de propriedade e o progresso econômico do nosso País”, reclama.
Em Rondônia, na última semana, durante a Feira Agropecuária de Buritis (Expobur), o deputado estadual Luís do Hospital (MDB), presidente da CAPR da ALE-RO, se posicionou contra a implementação da moratória da soja no estado.
“Nós não aceitamos a moratória da soja e não vamos nos curvar a essas empresas que não querem o bem de Rondônia. Não vamos deixar essas pessoas dominar o nosso estado. Não vamos nos render!”, declarou.
