Curso de Entomologia fortalece vigilância da malária na Amazônia com apoio da FAPERO e CNPq


De 18 e 22 de agosto, Porto Velho sediou o Curso de Capacitação em Entomologia do Projeto Pró Amazônia Malária, uma iniciativa coordenada pela Fiocruz Rondônia com apoio de instituições nacionais e internacionais. O evento reuniu mais de 30 profissionais da saúde, gestores e pesquisadores de diferentes estados da Amazônia Legal, além de especialistas dos Estados Unidos, Espanha e Colômbia, em uma experiência inédita de integração científica no enfrentamento à malária.


Coordenado pelo Dr. Jansen Medeiros e pela Dra. Maisa Araújo, o Projeto Pró Amazônia Malária começou em Porto Velho (RO) a partir da Chamada PAP/UNIVERSAL ÁREAS PRIORITÁRIAS 005/2023 da Fundação Rondônia de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à Pesquisa do Estado de Rondônia (FAPERO). Com aprovação em outra chamada do CNPq/MCTI/FNDCT Nº 19/2024, denominada Pro-Amazônia, o projeto se expandiu para Cruzeiro do Sul (AC) e Tefé (AM). O objetivo é investigar como as intervenções de controle da malária influenciam a transmissão em áreas endêmicas da Amazônia, buscando entender a eficácia das ações e propor estratégias mais efetivas.


O curso de capacitação em Entomologia integra a segunda fase do projeto, que prepara a equipe para o trabalho de campo e monitoramento vetorial nas áreas de transmissão. Durante os cinco dias de capacitação, os participantes realizaram atividades práticas em campo e análises aplicadas à entomologia médica, com foco em malária. O curso também introduziu o uso da ferramenta internacional ESPT (Entomological Surveillance Planning Tool), desenvolvida pela Universidade da Califórnia em San Francisco (UCSF), que auxilia no planejamento estratégico de vigilância vetorial com base em evidências.


A participação de pesquisadores da Malaria Elimination Initiative (MEI) da University of California San Francisco (UCSF) faz parte de uma colaboração internacional estabelecida desde a concepção do projeto. A MEI atua desde 2007 em cerca de 30 países onde a malária é endêmica, com o objetivo de acelerar a eliminação global da doença através da investigação operacional, desenvolvimento de ferramentas e fortalecimento de políticas e financiamento.


“Esta formação realmente muda o paradigma: faz a gente pensar de maneira diferente. Ela nos ajuda a buscar soluções, em vez de simplesmente implementar um programa de controle.” — Neil Lobo, professor da University of Notre Dame/USA e pesquisador da Malaria Elimination Initiative (MEI)/University of California San Francisco (UCSF).


“A capacitação tem nos ajudado a pensar em como podemos melhorar a aplicação e adequação dos protocolos dentro da nossa realidade, especialmente nas aldeias indígenas. O Pro Amazônia Malaria Project nos permite avaliar diferentes cenários de transmissão da malária e verificar se as ações estão adequadas ou se precisam de ajustes.” — Rodrigo Medeiros, professor e pesquisador da Universidade Federal do Acre – Campus Cruzeiro do Sul.



“Durante esta atividade, buscamos adaptar o que fazemos em outros países, como Moçambique, e avaliar se isso pode ser útil no contexto da Amazônia. Foi muito gratificante ver o interesse e o envolvimento da equipe aqui.” — Mercy Opiyo, pesquisadora da MEI/UCSF.



“A experiência de participar desta capacitação nos fortalece ainda mais para pensarmos de forma diferente em relação às práticas que vínhamos desenvolvendo, trazendo novas ideias, novas tecnologias e novas formas de compreender a entomologia e o controle vetorial.” — Gilberto Moresco, Consultor Técnico da Coordenação de Eliminação da Malária do Ministério da Saúde.



“A capacitação foi fundamental para compreender as dinâmicas de transmissão em áreas endêmicas e levar intervenções mais eficazes às populações em risco. Além disso, me proporcionou a oportunidade de fazer parcerias científicas na Amazônia e levar esse conhecimento também para a Colômbia.” — Paola Meza, estudante de doutorado Fiocruz Amazônia.

“A experiência com o curso trouxe um fortalecimento daquilo que já visualizamos no nosso serviço. Ele reforça conhecimentos e evidências diárias que, implementados nos guias de vigilância, irão aprimorar o diagnóstico, o tratamento e a redução da malária. Considero o projeto de grande relevância, com repercussão mundial, pois traz realidades de diferentes países que dialogam com a nossa Amazônia.” — Rosilene Ruffato, Coordenação Municipal do Programa da Malária – SEMUSA Porto Velho.



“Cheguei ansioso, pois tinha pouca experiência prática em entomologia, mas a capacitação trouxe o tema de forma acessível. Aprendemos a formular boas perguntas diante das nossas dificuldades de campo, para direcionar melhor as ações. Para mim, foi uma experiência excelente.” — René Jean Cândido de Moura Fé, Vigilância em Saúde – Candeias do Jamari (RO).

“O Pró Amazônia Malaria Project tem sido de grande importância, pois amplia o conhecimento de pesquisadores e técnicos. O contato com professores estrangeiros nos apresentou metodologias de outros países que podemos adaptar à nossa realidade, fortalecendo a pesquisa e a vigilância em Porto Velho.” — Ricardo Álvares de Melo, Gerente do Laboratório de Entomologia – SEMUSA Porto Velho.


“O curso foi de grande importância, pois uniu conhecimentos que já possuíamos com novas técnicas. Foi maravilhoso aprender metodologias diferentes que irão somar para avançarmos em nosso trabalho de pesquisa e diagnóstico para a saúde pública.” — Sandra Maria Alves do Nascimento Ferreira, Laboratório de Entomologia – SEMUSA Porto Velho.


“A iniciativa foi fundamental para consolidar a integração entre ciência, gestão pública e comunidades da Amazônia. Nosso objetivo é formar profissionais capazes de atuar como multiplicadores, aplicando o conhecimento adquirido em seus territórios e fortalecendo a vigilância contra a malária. A experiência mostrou que Rondônia pode ser protagonista em iniciativas de impacto global, alinhadas ao compromisso do Brasil com a eliminação da doença até 2035.” — Maísa Araújo, coordenadora do projeto pela Fapero e subcoordenadora do Pro Amazônia Malaria Project pelo CNPq.

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