Uma comitiva do Massachusetts Institute of Technology (MIT) esteve em Manaus para uma série de discussões sobre os desafios de levar saneamento básico às cidades da Amazônia brasileira. O grupo conheceu locais que receberam obras de implantação de redes de água e esgoto na capital amazonense e participou de um workshop com debates sobre as ações para expansão dos serviços de saneamento no Norte do país.
O superintendente da Agência Reguladora de Rolim de Moura (AGERROM), Tiago Michael Caliani, levou a experiência do município para o evento, que abordou os desafios do saneamento na região.
Caliani conheceu os desafios de levar o saneamento na cidade de Manaus, que possuí particularidades como as palafitas e becos que são atendidos com água tratada, ofertada pela Águas de Manaus. Ele destacou ainda projetos de sucesso como o Tarifa 10, que fixa em R$ 10 o valor pelos serviços de saneamento para essa população vulnerável, levando dignidade e qualidade de vida.
Confira a entrevista concedida à Rede Amazônica
Além do Tarifa 10, Manaus conta ainda com o Tarifa Manauara, que estabelece desconto de 50% nas contas de água e esgoto. Os dois projetos foram abordados durante o painel. Atualmente, mais de 130 mil famílias são beneficiadas pelos dois programas.
A programação iniciou com uma conversa sobre as soluções para a universalização do saneamento básico em um contexto de intensa expansão demográfica em áreas de vulnerabilidade social. Caliani, destacou as diferenças regionais e o trabalho da Águas de Rolim de Moura que atende a cidade com água tratada, coleta e tratamento de esgoto.
“O trabalho em Rolim de Moura, que ganhou força na gestão do prefeito Aldo Júlio, está hoje transformando o município em uma referência em saneamento básico para Rondônia. Não à toa, Rolim de Moura figura entre os maiores investidores em saneamento básico do estado — e esses são dados do Governo Federal, disponíveis no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico”, explicou o superintendente.
Confira a entrevista concedida à Rede Amazônica
Atualmente, a Águas de Rolim de Moura está com obras de esgotamento sanitário na região central da cidade, mas já passou por bairros como Planalto e Industrial. Com o avanço das obras a cobertura de esgoto alcançará cerca de 30% da cidade, beneficiando mais de 5 mil pessoas diretamente até o final de 2025.
A cidade já conta com o sistema de abastecimento universalizado, ou seja, toda população tem acesso à água tratada. No distrito de Nova Estrela, por exemplo, toda população é conectada ao sistema de água tratada.
Durante o evento, o grupo também fez visitas de campo para conhecer as inovações técnicas e sociais encontradas para expandir o acesso aos serviços de saneamento básico nesses locais. Os pesquisadores tiveram a oportunidade de ver de perto o trabalho feito no Beco Nonato, comunidade de palafitas no bairro da Cachoeirinha que se tornou a primeira a ter redes de água e de esgoto. Eles também foram à comunidade Terra da Fé, que também passou a ter acesso ao abastecimento de água tratada. O grupo também conheceu as estruturas de captação de água na Ponta do Ismael (PDI) e Ponta das Lajes (PDL), que abastecem aproximadamente 95% da cidade.
A comitiva participou, ainda, de uma série de painéis que debateram os esforços e desafios para a universalização do saneamento básico nos diferentes contextos das cidades da Amazônia. O diretor-presidente da Águas de Manaus, Pedro Augusto Freitas, apresentou o trabalho feito em comunidades vulneráveis, não apenas com a implantação de sistemas de saneamento, como também com a dignidade proporcionada pela chegada dos serviços da concessionária.